Por iniciativa de estudantes africanos em Salvador e em parceria com estudantes afro-brasileiros, a Semana da África vem sendo realizada em Salvador (BA) desde maio de 2006, contabilizando três edições. O evento vem sendo acolhido pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), através do Centro de Estudos Afro-Orientais e da Pró-reitoria de Assistência Estudantil.
A idéia do evento decorre da intensa vontade de estabelecer trocas científicas entre estudantes e pensadores africanos e brasileiros. O desejo de constituir um fórum acadêmico e cultural com uma periodicidade anual para promover debates acerca de temas referentes às questões africanas e da Diáspora é o ponto fundador da Semana da África. Nesta quarta edição, a Semana pretende pensar processos de independência nos países africanos, bem como propostas que, principalmente, considerem a importância do ensino da história, culturas africanas e afro-brasileiras nas escolas e universidades do Brasil e da África.
Os encontros e debates ocorridos nas edições anteriores têm levado a comunidade de Salvador a tomar essa semana para refletir mais intensamente sobre as especificidades culturais, demandas econômicas e políticas na contemporaneidade, questionando o olhar homogêneo sob o qual o continente africano é comumente visto. Na primeira Semana da África a temática estava centrada na representação da "África no imaginário social brasileiro", trazendo para o cenário dos debates as diversidades que compõem o continente africano. Já a segunda Semana debruçou-se sobre a discussão da unidade africana, enfatizando o Papel da União Africana (UA) nas questões de geopolítica na África. Na terceira edição, o tema foi África: dinâmicas sociais, políticas e culturais na contemporaneidade, como forma de trazer para as reflexões crítico-analíticas a diversidade contemporânea dos povos africanos, a fim de propiciar o não-apagamento e o não-silenciamento da sua história.
Em 2010, Semana da África será voltada para o processo das independências dos países africanos, que, fragmentados por séculos de colonialismo e escravidão, exigiram, através de suas lideranças, o fim da exploração externa. Um fato histórico de relevância associado a esse tema é a reunião realizada em Adis Abeba, capital etíope, no dia 25 de maio de 1963. Nessa ocasião trinta e dois chefes de Estado africanos proclamaram juntos, em uma única voz, as palavras de ordem, “liberdade, igualdade, justiça e dignidade”, para com os povos africanos. Muitas decisões políticas tomadas nesse encontro foram importantes para o que acontece na contemporaneidade, a exemplo da criação da Organização da Unidade Africana (OUA), atualmente União Africana (UA), a qual se tornou o principal bloco político a reivindicar a África para os africanos.
PROGRAMAÇÃO GERAL
19 de maio
Reitoria da Universidade Federal da Bahia
16:00h Credenciamento
19:00h Solenidade de abertura
19:30h Conferência de abertura África: Independências e futuros possíveis
20 a 22 de maio
Escolas públicas de Salvador
09:00h Oficinas pedagógicas - matutino
14:00h Oficinas pedagógicas - vespertino
19:00h Oficinas pedagógicas - noturno
23 de maio
Local a confirmar
16:00h Pequena mostra de cinema africano
24 de maio
Centro de Estudos Afro-Orientais
09:00h Sessões de comunicações coordenadas
11:00h Sessões de comunicações coordenadas
Instituto Anísio Teixeira
14:30h Mesa-redonda Lei 10.639/03: reflexões de afro-brasileiros e africanos
Mesa-redonda Políticas afirmativas no ensino superior
16:30h Mesa-redonda Políticas de saúde, gênero e geração na África e no Brasil
Mesa-redonda Experiências do socialismo na África: memórias de Moçambique
25 de maio
Universidade do Estado da Bahia
Objetivo geral
Objetivos específicos
· Refletir sobre a importância das tradições e lideranças no processo das independências;
· Analisar questões geopolíticas nos países africanos e o papel da União africana;
· Visibilizar a participação de mulheres e crianças no processo das independências africanas;
· Avaliar as políticas de intercâmbio cultural entre Brasil e África;
· Colaborar para a formação de professores para o ensino de Culturas e Histórias Africanas e Afrobrasileiras, na perspectiva da implementação da Lei 10.639/03;
· Promover a integração entre estudantes e pesquisadores africanos e brasileiros.
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